sábado, 31 de março de 2012

Na fotografia estamos felizes

queria eu ter um amigo fotógrafo para tirar muitas fotografias minhas e dos meus amigos que viriam me visitar ou que eu iria até eles. felizes, apareceriam rindo ao meu lado, outras vezes sérios, escondendo um riso frouxo que prenderíamos segundos antes do meu amigo fotógrafo dizer agora. o agora seria sempre se eu estivesse em uma foto, mesmo depois que muitos anos se passassem e as imagens já estivessem amarelas como as tardes em que, com meus amigos, eu iria sugerir que imitássemos uma cena do último filme canadense que eu havia acabado de ver. no entanto muitas coisas mudariam, mas certos sorrisos, embora não mais presentes em minha vida, continuariam a se fazer ouvir, mesmo após muito tempo. já aquela sensação do tempo que passa, não existiria na fotografia em que meu amigo, na contraluz da janela, segurando a grade, teria seus cabelos alvos de luminosidade, as mangas da camisa levantadas e o olhar claro para a câmera, indiferente ao da minha amiga que o observaria e deixaria, com o cigarro, uma fumaça sinuosa sair pelo gradeado e se desfazer na tarde de quando éramos jovens.

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